Por mais de dois séculos, a economia mundial se desenvolveu exclusivamente à base de combustíveis de origem fóssil, derivados do petróleo. Uma longa jornada protagonizada pelos pioneiros da indústria, sem, porém, uma visão prospectiva de futuro, já que nem se pensava em energias renováveis.
Progresso vs Recursos Naturais
O progresso acelerado possibilitou grandes saltos tecnológicos disruptivos e, em especial, muita riqueza originada dos avanços da petroquímica. De lá para cá, em contrapartida, está em andamento um processo sistemático de esgotamento de recursos naturais cujas reservas são finitas. Cenário propício a acirradas disputas econômicas internacionais envolvendo o controle de jazidas remanescentes, nem sempre travadas por meios pacíficos.
Os impactos ambientais dessa escalada extrativa desordenada só começaram a ser mais bem mensurados no fim do milênio passado. Ficou claro que a temperatura média da Terra está aumentando perigosamente. De 13,6 °C, registrados por volta de 1850, passou ao recente recorde de 17,18 °C, não só, mas em razão dos gases de efeito estufa (GEEs) lançados na atmosfera, seja pela indústria, meios de transporte ou geração de energia elétrica.
É esse o mecanismo básico que vem modificando o clima do planeta, resultando em fenômenos naturais cada vez mais extremos. Parar e reverter essa espiral é o desafio global da humanidade. Do contrário, as próximas gerações serão penalizadas com uma herança talvez irreparável.
A solução são as Energias Renováveis
A chave para a neutralização desse quadro ameaçador está na transição energética, que é nada mais nada menos do que realizar a substituição de combustíveis fósseis por formas energias renováveis. Ou seja, que possam ser aproveitadas indefinidamente, sem risco de esgotamento, com impactos ambientais bem menores e a preços razoáveis.
Equação evidentemente complexa, porque a exploração e o consumo intensivos de carvão, petróleo e gás marcaram duas revoluções industriais consecutivas, movendo máquinas e fornecendo eletricidade.
A composição da matriz energética global ainda segue suportada, em cerca de 80%, por energia de alto teor de carbono, conforme estatísticas recentes da Agência Internacional de Energia (AIE).
Esse longo e marcante capítulo da história só começou a ser reescrito, ainda que timidamente, a partir da década de 1970. Duas crises mundiais de oferta de petróleo colocaram a situação em perspectiva. Embora de fundo mais geopolítico do que propriamente originados por um episódio real de escassez, esses eventos fizeram disparar os preços dos combustíveis, colocando países em alerta máximo.
Motivadas por esse momento de ruptura, surgiram iniciativas em busca de alternativas para reduzir a dependência de petróleo e derivados, como também políticas para a conscientização da busca por uma maior eficiência energética. Ciência e indústria se uniram para aprofundar estudos e buscar baratear tecnologias de produção de energia que até então eram utilizadas em pequena escala, com custo muito elevado, embora fossem conhecidas e usadas há várias décadas.
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A importância da digitalização
A digitalização desempenha um papel fundamental na facilitação da transição energética e na redução de emissões de CO₂ no meio ambiente, ao otimizar a eficiência e a gestão de sistemas energéticos. Por meio de tecnologias, como a Internet das Coisas (IoT) e a análise de big data, é possível monitorar em tempo real o consumo de energia, a produção de fontes renováveis e os padrões de demanda. Isso permite ajustes precisos e automatizados na distribuição e na geração de energia, maximizando a utilização de fontes limpas e minimizando a dependência de combustíveis fósseis. Além disso, a digitalização viabiliza a criação de redes inteligentes que interconectam diferentes fontes de energia e sistemas de armazenamento, garantindo uma integração mais eficiente de energias renováveis intermitentes, como a solar e a eólica, e possibilitando uma resposta ágil às flutuações de demanda.
No contexto da matriz energética brasileira, a digitalização desempenha um papel estratégico na descarbonização. O país possui um vasto potencial de fontes renováveis, como a solar, a eólica e a biomassa, e a digitalização permite otimizar a operação desses recursos, reduzindo a necessidade de termelétricas a carvão e óleo, que são mais poluentes. Além disso, a digitalização possibilita a criação de mercados de energia mais flexíveis e dinâmicos, permitindo que consumidores e produtores participem ativamente do processo energético, adotem medidas de eficiência e redução de demanda nos momentos de pico e, assim, contribuam para uma matriz mais sustentável. Portanto, a digitalização emerge como um pilar essencial na construção de uma matriz energética brasileira de baixa emissão de carbono e mais resiliente.
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Diversidade energética garante equilíbrio
A eletricidade obtida em usinas hidrelétricas era, até então, a única fonte de energia renovável, em grande volume e a custo módico. Ainda hoje é uma fonte importante, embora modesta na matriz energética mundial, com apenas 6% de participação.
No Brasil, permanece como principal componente da matriz elétrica, participando com 53,4% (2021). Contribui significativamente para manter a matriz energética brasileira como uma das mais limpas do mundo, com 44,7% de conteúdo renovável. Pesados e caros impactos socioeconômicos, contudo, vêm reduzindo drasticamente sua expansão. Em breve, se tornará praticamente marginal a viabilização de empreendimentos de grande porte (Fonte: BEN 2023/2022).
Numa outra vertente, o aproveitamento do vento, por meio de aerogeradores, e da radiação do sol, por meio de painéis fotovoltaicos, evoluiu em ritmo moderado até ganhar maior escala em meados da década passada.
A troca de gás natural por biogás; do carvão mineral por biomassa ou resíduos urbanos; bem como o uso de etanol e eletricidade em lugar de gasolina e óleo diesel nos transportes também vem avançando mais rapidamente. Da mesma forma, o Combustível Sustentável de Aviação (SAF, na sigla em inglês) deverá, futuramente, substituir o querosene.
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O Acordo de Paris, tratado internacional firmado em 2015, que propôs metas de descarbonização como forma de tentar interromper o aumento da temperatura global, serviu de marco fundamental nessa trajetória e deu impulso decisivo para a substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis.
Países como China, Estados Unidos, Alemanha e Japão investem forte em transição energética e lideram hoje o ranking de capacidade instalada de fontes alternativas, com o Brasil trilhando e brilhando nesse mesmo caminho, atraindo muito investimento estrangeiro com foco em descarbonização.
Benefício da energia renovável a custo acessível
Foi essa arrancada que contribuiu para o desenvolvimento da indústria de equipamentos e para a queda dos custos, viabilizando o uso de sistemas de geração distribuída em aplicações comerciais e residenciais e não só em produção centralizada de grande porte.
Essa ampla e disruptiva democratização do acesso à produção de energia renovável ainda trouxe um ponto positivo adicional. Houve um boom extraordinário na criação de empregos ao redor do planeta.
Vem aí também uma nova frente que promete revolucionar o mercado. O hidrogênio verde (H₂V), combustível limpo cuja produção tende a se multiplicar em escala global e que só está se tornando viável, graças, à oferta mais abundante de energia elétrica renovável a custo competitivo.
Expertise & Eficiência
No mercado há cerca de duas décadas, a Ecogen, sob controle do conglomerado Mitsui & Co., acompanha de perto toda essa transformação e trabalha com tecnologias de ponta para oferecer ao mercado serviços diversificados que proporcionam aos clientes todos os recursos necessários aos seus projetos de descarbonização, agregando mais valor às marcas, em tempos de maior empoderamento da sociedade e público consumidor.