Geração distribuída é quando a energia elétrica gerada no local em que será consumida ou nas proximidades, por meio de fontes renováveis e limpas, como por exemplo a energia solar, hídrica ou eólica.
Esta energia é utilizada pelo próprio consumidor, sendo ideal para residências, comércios e indústrias e tem grande vantagem sobre a geração centralizada, pois gera economia por evitar um alto investimento em linhas de transmissão e reduz a perda energética causada por esse tipo de sistema, melhorando a estabilidade e confiabilidade do serviço de energia elétrica.
Crescimento da Geração Distribuída (GD)
Pode-se dizer que a Geração Distribuída surgiu no Brasil a partir da década de 90, com a reforma do setor elétrico brasileiro, permitindo a competição no serviço de energia8.
Com o fim do monopólio da geração elétrica pelo Estado, o desenvolvimento de tecnologias no setor de energia voltou a ser incentivado e, em 2004, ocorreu um grande avanço quando a Geração Distribuída foi mencionada pela Lei 10.848/04 como uma das possíveis fontes de geração de energia no País7.
Em seguida, o detalhamento do Decreto 5.163/04 forneceu características sobre a modalidade, que ajudou as empresas a verem a GD como uma forma de reduzir riscos de planejamento no setor7,8.
Mais à frente, em 2012, foi criada a Resolução Normativa 482, que estabelece as condições regulatórias para a inserção da geração distribuída na matriz energética brasileira7.
A GD se tornou ainda mais forte no Brasil nos últimos anos com as sucessivas crises de desabastecimento de energia, igual a que estamos passando em 2021, que trazem grandes impactos econômicos e sociais ao País10.
Cenário atual
No Brasil, a fonte mais utilizada para mini (geração menor ou igual a 75kw) e microgeração (geração entre 75kW e 5MW) de energia distribuída é a solar. São cerca de 82,6 mil usinas e mais de 870 megawatts de potência espalhados por todo o território nacional.
Em segundo lugar, as Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) contam com cerca de 86 usinas e 81,3 megawatts de potência. Essas CGHs são pequenas usinas que utilizam a força e a pressão da água para gerar energia elétrica e sua potência pode variar entre 0 e 5MW3.
A diferença entre as CGHs e as usinas de energia solar deve-se, principalmente, ao baixo custo de instalação e manutenção e impacto ambiental que as usinas de energia solar têm quando comparadas com as CGHs.
Ainda assim, as CGHs e sua variação, as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), estiveram na vanguarda da Geração Distribuída. Sendo, essas, as primeiras fontes alternativas de energia disponíveis após o monopólio do Estado sob o setor ter acabado11.
Outra importante observação é que o Brasil utiliza a estratégia de net metering ou Sistema de Compensação de Energia na GD, onde o consumidor envia a energia que sobrou, após utilizar tudo que necessitava, para a rede pública. Esse excedente é contabilizado e transformado em créditos a serem usados em cobranças futuras3.
No cenário geral, a geração distribuída tem evoluído ano após ano. Em 2021, ela passou dos 7 GW operacionais em território nacional. A energia solar domina o segmento, passando a marca de 95% de representatividade e 6,82 GW de capacidade. Até agosto deste ano, a capacidade instalada de energia solar em todo o país cresceu 39,53% e a tendência é de um crescimento muito maior no decorrer dos próximos anos9.
Hoje, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo são, respectivamente, os três estados de maior volume conectado à rede de Geração Distribuída no País. As regiões Sul e Sudeste representam, juntas, 66% do volume total conectado.
As fontes usadas para a Geração Distribuída de energia
Como já falamos, a GD é feita por meio de fontes mais acessíveis e de menor escala quando comparadas com fontes tradicionais. Por isso, atualmente, o foco é a energia solar, gerada por meio de painéis fotovoltaicos. Essa solução se mostrou bastante eficaz e é utilizada por diversos setores da indústria e residências, dominando o segmento com tecnologias que evoluem para uma eficiência cada vez maior3,4,5.
Todavia, algumas outras fontes também são utilizadas, embora em menor escala. As usinas de biomassa e biogás, por exemplo, utilizam material orgânico para a geração de energia, sendo utilizadas geralmente em indústrias. Além disso, a energia eólica e as já citadas CGHs também são utilizadas em algumas ocasiões3,4,5.
Vantagens de utilizar a Geração Distribuída
Economia
A Geração Distribuída traz vantagens econômicas bem maiores. Primeiro, a eficiência dessa solução permite a menor perda possível da energia gerada, além da possibilidade de compartilhamento do excedente com a rede pública5.
Além disso, todos os Estados brasileiros e Distrito Federal oferecem benefícios fiscais para contribuintes com micro ou minigeradores como a isenção de ICMS. Essa vantagem é válida para energia oriunda de projetos de até 1MW, com exceção de Estados como MG e RJ que oferecem a vantagem para projetos de energia fotovoltaica de até 5MW.
Para melhor entendimento desta janela regulatória, clique aqui.
Confiabilidade e segurança
Por se tratar de tecnologias de ponta e instalações projetadas para cumprir exatamente com as necessidades existentes, as fontes de energia utilizadas na geração distribuída dificilmente apresentarão problemas complexos e de alto custo de solução5,6.
Mitigação da crise energética
A grande crise energética que tem assolado diversos países nos últimos tempos é um grande motivo de preocupação. Países como os Estados Unidos e o Brasil presenciaram regiões inteiras passando por períodos sem energia, o que traz grandes prejuízos à população em geral e ao setor econômico.
Dessa forma, a solução mais óbvia e fácil de ser implementada são as fontes de energia limpa e a geração distribuída. O investimento nesse tipo de energia é importante para garantir segurança e diversificação da matriz energética no País, evitando, assim, futuras crises e colapsos no sistema, diminuindo a dependência das hidrelétricas brasileiras5.
Futuro da geração de energia
As previsões de órgãos de pesquisa e autoridades da área indicam que a utilização da geração distribuída irá mais que quadruplicar nos próximos anos. 1 Com a crise que se consolida no setor, a tendência é que diversos países, além do Brasil, adotem a modalidade. Em alguns países desenvolvidos, como a Noruega e a Dinamarca, esse é um movimento já existente12,13.
Além disso, a evolução tecnológica indica que os custos de instalação e manutenção irão se tornar cada vez menores, além de um crescimento na eficiência e na durabilidade. Por isso, empresas que adotam a geração distribuída estão tomando a frente do mercado14.
Não deixe de conferir o vídeo de um de nossos especialistas e conheça mais sobre Geração Distribuída.
Para saber de nossas outras novidades, acompanhe o nosso Blog e nos siga nas redes sociais: Facebook, Instagram e LinkedIn.
Bibliografia:
- Brasil é referência no campo da energia limpa e renovável — Português (Brasil) (www.gov.br)
- Energia renovável chega a quase 50% da matriz energética brasileira — Português (Brasil) (www.gov.br)
- O que é Geração Distribuída: descubra suas vantagens – Focus Energia
- A democratização da energia no Brasil vem pela microgeração / Notícias | Geração Distribuída (geracaodistribuida.com)
- Geração Distribuída: uma alternativa à crise energética – Leite, Tosto e Barros Advogados (tostoadv.com)
- Vantagens da geração distribuída de energia: Entenda (solarvoltenergia.cobr)
- https://www.portalsolar.com.br/geracao-distribuida-de-energia.html
- http://www.inee.org.br/forum_ger_distrib.asp
- https://www.portalsolar.com.br/blog-solar/geracao-distribuida/geracao-distribuida-supera-7-gw-em-operacao-no-territorio-nacional.html
- https://2wenergia.com.br/geracao-distribuida-e-geracao-compartilhada-tudo-o-que-voce-precisa-saber/
- http://www.portalenergiasolar.com.br/energia-solar/resultadonoticias.asp?id=1948
- https://www.portalsolar.com.br/blog-solar/energia-solar/dinamarca-tem-energia-de-cidade-alimentada-com-central-de-energia-solar.html
- https://valor.globo.com/brasil/noticia/2021/11/24/noruega-mira-energia-verde-e-amplia-aposta-no-brasil.ghtml
- https://www.portalsolar.com.br/blog-solar/energia-solar/evolucao-tecnologica-na-eficiencia-e-potencia-de-modulos-impulsionara-tendencia-de-declinio-de-custos-de-projetos-de-gd.html