A geração de energia e utilidades a biomassa consiste na conversão de matéria orgânica, como resíduos agrícolas, florestais e industriais, em eletricidade ou calor. Essa solução sustentável é uma das mais promissoras fontes renováveis, contribuindo para a redução de emissões de carbono e diversificação da matriz energética.
A biomassa é a terceira fonte sustentável mais utilizada no Brasil para geração de energia e demais utilidades como, por exemplo, o vapor para processos industriais.
A revalorização de determinados tipos de resíduos, que uma vez reciclados são destinados a finalidades diversas, alcança cada vez mais importância e visibilidade no cenário industrial que precisa de geração de energia e utilidades.
É uma boa prática para a transição energética de indústrias em tempos de preservação de recursos naturais e avanço das mudanças climáticas.
Continue lendo este artigo e entenda como a biomassa tem transformado o cenário energético, além de conhecer suas aplicações e benefícios. Vamos explorar como essa fonte renovável vem ganhando espaço no Brasil e no mundo, ajudando a reduzir emissões, promover a sustentabilidade e oferecer soluções práticas para a transição energética em diversas indústrias.
Confira!
Energia a biomassa na indústria: eficiência e transição energética
O Brasil tem se destacado como líder na transição energética para fontes renováveis entre os integrantes do BRICS, por isso tem tido papel fundamental nas discussões internacionais. Alguns exemplos disso são as participações na Agenda 21, Protocolo de Kyoto e Acordo de Paris.
Em relação a geração de energia a partir da biomassa, o setor industrial é o segmento que hoje mais tira proveito do emprego de soluções a biomassa em suas respectivas plantas fabris, seja para fins energéticos ou térmicos, como a geração de vapor.
Essa fonte renovável vem impulsionando a confiabilidade energética nas fábricas e auxiliando na transição de energia para modelos mais sustentáveis, contribuindo para a redução das emissões de carbono e a competitividade do país no cenário global.
Quanto ao aproveitamento industrial da biomassa para fins de produção de energia e utilidades, há hoje em operação 629 usinas, que totalizam cerca de 17,2 GW de capacidade instalada, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Em termos de geração centralizada, isso representa 8,79% da matriz elétrica, montante significativamente maior do que os 4,93% da fatia da fonte solar fotovoltaica, que no momento soma 9,6 GW de capacidade instalada em grandes parques.
Do montante total, o bagaço de cana é dominante, com aproximadamente 12,3 GW instalados, congregando 422 usinas.
Do ponto de vista geográfico, o estado de São Paulo lidera historicamente a lista de geração elétrica movida à base de cana, com cerca de 6,8 GW, devido, principalmente, à elevada concentração de usinas em seu território. Colocados na sequência, estão Minas Gerais (2 GW), Mato Grosso do Sul (1,9 GW), Paraná (1,2 GW) e Goiás (1,4 GW).
Assim como o bagaço da cana, outras Biomassas podem ser incineradas diretamente para produção de calor, como, capim elefante, casca de arroz e madeira, em forma de cavaco, lenha, pallets, etc.
Acesse aqui e saiba quais os tipos de biomassa e as opções disponíveis!
Aplicações de biomassa: caldeiras a biomassa para indústrias
A biomassa tem sido amplamente utilizada em setores estratégicos, como o agronegócio, indústrias e geração de calor para grandes instalações. Seu uso versátil permite não só a geração de energia elétrica, mas também o aquecimento de grandes ambientes e o fornecimento de vapor para processos industriais. Essa adaptação a diferentes demandas faz da biomassa uma escolha ideal para promover a transição energética em diversos setores.
No setor industrial, um dos principais destaques é o uso de caldeiras a biomassa. Estas caldeiras são projetadas para converter resíduos orgânicos em vapor e energia térmica, essenciais para operações como aquecimento, secagem e geração de eletricidade.
Ao substituir combustíveis fósseis por biomassa, as indústrias não apenas reduzem suas emissões de carbono, mas também otimizam o aproveitamento de resíduos, contribuindo para uma economia mais circular e sustentável. Essa tecnologia representa uma solução eficiente para as indústrias que buscam aliar eficiência energética à preservação ambiental.
Entenda melhor sobre a caldeira de biomassa, acessando um artigo no nosso blog que explica como uma empresa marcou a transição do uso de gás natural para a biomassa de madeira em sua refinaria em Limeira, São Paulo.
Quero ver os detalhes dos benefícios da caldeira de biomassa na indústria!
Vale informar que existem biomassas de origem animal, outras obtidas do cultivo agrícola, além das resultantes de subprodutos de processos diversos, como os efluentes.
O lodo que sobra do tratamento de esgoto também pode ser aproveitado, assim como insumos florestais, como folhagens e galhos, além de lixo urbano. Simplesmente incineradas em caldeiras, algumas biomassas são usadas para a produção de calor e vapor, como explicado anteriormente.
Processadas por meio de tecnologias apropriadas, certos tipos dão origem a combustíveis renováveis que substituem similares fósseis usados na indústria e na geração de eletricidade.
O mais importante é que toda essa versatilidade de usos, permite uma combinação equilibrada de soluções que se complementam, proporcionando maior eficiência energética.
Com a vantagem de proporcionar às empresas e indústrias uma matriz energética mais verde e sustentável, oportuna adequação a metas hoje urgentes no campo da governança ambiental, social e corporativa (ESG).
A depender do ramo de atividade, descarbonizar a matriz, assegurar autonomia, reforçar a segurança energética e melhorar a rentabilidade do negócio, configura-se um pacote de benefícios imprescindíveis, comparativamente, por exemplo, ao caminho da contratação de suprimento via mercado livre de energia.
Saiba como funciona na prática a geração de energia e utilidades a biomassa
A importância econômica da biomassa
Para se ter uma ideia da importância econômica da biomassa para o Brasil, do ponto de vista da diversidade e segurança energética, basta lembrar que os biocombustíveis adicionados à gasolina e ao diesel, são produzidos, respectivamente, a partir de cana-de-açúcar – no caso do etanol anidro ou hidratado – e de soja, entre outras leguminosas – no caso de biodiesel.
No que se refere à matriz energética nacional, os derivados da cana, em especial, respondem por cerca de 16,4% do total, de acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Lenha e carvão vegetal, por sua vez, aparecem com 8,7%.
A indústria sucroenergética, que tem a cana-de-açúcar como sua principal matéria-prima, é o exemplo mais conhecido de completo aproveitamento de biomassa. O bagaço resultante da moagem da planta é submetido a combustão em caldeiras que aquecem água a alta pressão, originando vapor não só para os processos industriais, como também para acionamento de turbinas que fornecem toda a energia elétrica necessária em indústrias.
Em projetos superdimensionados, que podem contar ainda com a combustão complementar da palha da cana, esse ciclo é capaz de produzir eletricidade excedente, que as usinas canavieiras comercializam no mercado livre ou oferecem em leilões de reserva promovidos pelo governo federal e organizados pela Aneel.
A safra de colheita de cana apresenta a vantagem de acontecer exatamente no período de escassez de chuvas na região Sudeste, onde estão os principais reservatórios das usinas hidrelétricas.
A oferta de energia produzida com biomassa da cana é, portanto, utilizada pelo Sistema Interligado Nacional (SIN) enquanto se preserva o armazenamento hídrico para uso no período seco.
Projeções otimistas do potencial da biomassa
Em termos de projeção de potencial nacional de aproveitamento de biomassas no longo prazo, a EPE informa que, em relação à cana-açúcar, a estimativa é de um acréscimo de cerca de 26 GW até 2050, ao custo de US$ 1.200/kW. Já quanto ao uso da madeira, há uma previsão de adição de 10,6 GW no mesmo período, a US$ 1.500/kW.
Para se ter uma ideia da evolução da atenção do Brasil para o aproveitamento da geração elétrica por meio da Biomassa, por volta de 1997, havia apenas 76 MW instalados. O crescimento seguiu modesto até por volta de 2008, quando houve acréscimos anuais de 800 MW a 900 MW até 2015 – com pico de 1.749 MW, em 2010.
De acordo com análise da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), a evolução na primeira década deste milênio se deve à retomada do etanol com o advento do carro flex.
Em 2007 houve um Leilão de Reserva e demais leilões realizados pela Aneel, que promoveram a implantação de 2.500 MW de cogeração de biomassa da cana de açúcar. O desenvolvimento do etanol de milho – novo insumo recém introduzido na indústria – combinado com o etanol tradicional e o 2G – obtido a partir da palha -, associado ainda à produção do biogás/biometano e, posteriormente, ao hidrogênio verde (H2V), deverão ser grandes provedores da expansão potencial da bioeletricidade e da importância da cana-de-açúcar, indica a entidade.
Função socioambiental e econômica: geração de energia e utilidades a biomassa
Ainda de acordo com estudos da EPE, como o Brasil tem forte plataforma agroexportadora, os cobenefícios socioambientais do aproveitamento energético de resíduos agropecuários e florestais ganham uma importância a ser considerada, justamente por conta da diversidade de resíduos que poderiam ser direcionados para geração de energia a partir do biogás, deixando assim de ser um problema em potencial e se tornar uma solução ambiental, social e econômica a partir da energia mais limpa e renovável, com consequente expansão da criação de empregos no meio rural.
A partir da difusão de modelos de negócio que usem a vinhaça e torta de filtro – outro subproduto da produção sucroenergética – estimula-se a lógica circular e evita-se impactos ambientais e o desperdício de insumos energéticos.
O agronegócio representa atualmente, o segundo setor que mais emite gás carbônico e outros gases de efeito estufa (GEE) no Brasil, respondendo diretamente por aproximadamente 25% de todas as emissões, segundo relatório produzido pela consultoria BCG.
Em contrapartida, com uma combinação entre agricultura sustentável, soluções baseadas na natureza e crédito de carbono e bioenergia, seria possível diminuir em até 1,83 bilhão de toneladas as emissões de gás carbônico equivalente entre 2023 e 2030, com destaque para os projetos de bioenergia.
Nesse segmento, a contribuição significaria um corte estimado entre 95 e 130 milhões de toneladas de CO2 ao longo desse mesmo período, aponta a consultoria.
Geração de energia e utilidades a biomassa é o futuro da energia
A geração de energia a partir de biomassa é classificada como um ciclo neutro no que se refere às emissões de gases de efeito estufa, o que a torna uma solução mais econômica e sustentável a médio e longo prazo.
Isso abre oportunidades de descarbonização já que é possível captar recursos por meio da emissão de Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), os chamados “CRAs verdes” que, na prática, se enquadram no conceito de “green bonds”.
Por ser uma das melhores formas de geração de energia e utilidades rentáveis e sustentáveis, a Biomassa é uma das soluções energéticas mais promissoras atualmente no mercado.
Complexidades demandam consultoria técnica especializada
Despertado o interesse pelo uso da geração energia e utilidades a biomassa, uma fonte renovável, o mais indicado é recorrer a uma consultoria técnica especializada.
Para a aplicação da solução, é necessário um estudo completo e abrangente no momento de avaliar a decisão de partir para um investimento em algumas das diversas soluções tecnológicas encontradas no mercado.
O leque de opções é muito amplo com várias rotas a serem devidamente examinadas, sob o ponto de vista estratégico e de objetivos finais de cada empresa, a começar pelo fato de que existem no território brasileiro uma larga variedade de resíduos com alto potencial energético.
No Brasil, essa variedade de resíduos é muito rica e farta ao se comparar com outros países, ainda que a disponibilidade dependa de questões geográficas e, por consequência, também logísticas, aspectos a serem levados em conta.
Há uma aplicação certa para cada finalidade, o que envolve selecionar a melhor forma de aproveitamento a depender do tipo de biomassa e o uso final desejado.
Vamos juntos?
Quero falar com um consultor da Ecogen!